mesmo que eu seja a mais feia, a mais radical
a mais convicta e a mais confusa
continuo negando, recuso-me a usar qualquer uma delas.
Nesse mundo onde todos são artificialmente bonitos
e que dizem eu te amo sem amar porra nenhuma
não encontro um lugar que me tire ao menos um sorriso sincero.
Um nó na garganta empecilha a respiração
a frustração de depositar expectativas em quem decepciona
a rebeldia de não poder fazer enxergar os cegos por opção
a vontade de abrir os braços numa noite escura e começar de novo,
com as mesmas linhas tortas, os mesmos soluços
os mesmos dedos aleijados pelos murros em gumes afiados
mas sem essa tristeza por perceber que veem-se mais máscaras do que rostos.
Eu só preciso de um soco de realidade.
Tanta gente já ultrapassou a linha entre o prazer e a dependência.
É a loucura que faz o cara dar um tiro na cabeça.
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