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Poderia dizer que sua baixeza me enfurece
Mas estou liberta da fúria maldosa
Habita-me apenas a fúria libertadora
Daqueles que tentam por acreditarem
E desistem quando batem a cara no muro
Eu me assusto como um anão em terra de gigante
Porque sofro por não te conhecer
E te ver usando outras pessoas como arma
Gente não me atinge, não é faca que me corta
São pessoas! São pessoas!
Conheço alguns humanos, bons e cruéis
E o que conheço de mim não me agrada:
Pobre, pobre, pobre ser ignorável
Como cobra que rasteja sem veneno
Incapacitada de matar, só se esquenta no sol
Não há em mim mais rancor, desceu pelo ralo do banheiro
Se disser que há tristeza, é tão passageira que nem vou notar
Sequer há desprezo nessas linhas

 ( Estou suja, suja, suja
Joguei meu coração numa fossa
E aumentei o volume da música
Para não ouvi-lo mais bater )

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