
...E de repente um vazio tão grande tomou conta de mim, eu já não sabia quem era aquela pessoa pela qual abri mao de tantas coisas. Mas era só o risco, e sempre vou optar pelo perigo do desconhecido. Confesso que ás vezes a dor era física, o coração já não suportava mais, a cabeça pesava, então o corpo reagia, queria doer junto com todo o resto. E o resto era eu, magoada e ridícula, mas ainda convicta do lado que eu escolhi. Durou pouco, alguns dias talvez, capazes de me dilacerar. Mas foi esse o jeito, esse o jeito que pude me recompor, as pessoas mais fracas precisam se despedaçar para só então se juntarem, como um mosaico, bonito apesar dos cacos. E o tempo se encarrega do pouco que fica, transforma as boas lembranças em mágoa, nos faz parar de acreditar aos poucos, e nos sentir menos idiotas, ele não cura, não apaga, só transforma. Então continuei me magoando, me decepcionando, mas aquele pedaço, aquele pedaço bom de mim, não existe mais. A gente vive faltando pedaço, sabia? E de vez em quando se é até feliz.
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