Então ela fechava o ciclo: maldito. E não tinha nenhuma estratégia, nenhum coelho na cartola, mal sabia quais eram seus planos, talvez os de sempre: sorrir bastante com as amigas, continuar com seus amores e desamores, tentar ser melhor. O que era difícil demais pra pessoas como ela, mas tentar ser o melhor possível, o que já mudava a situação. Sabia o poder do tempo e o respeitava, mesmo com os dentes cerrados de ódio, mesmo com os olhos cheios de lágrimas e o coração em pedaços, respeitava e temia o tempo. Mas respeito que medo, na verdade. Estava tão cansada, de todas as frustrações e expectativas depositadas em vão, que suas olheiras já eram notáveis e seus pés inchavam a noite. Mas ela não desistia, não por vontade, mas por natureza. Por que mesmo quando ela dizia não agüentar mais, mesmo quando seus joelhos falhavam e o nó na garganta sufocava e sufocava, ela continuava. Sem saber ao certo porque, mas sempre continuava. E no fim do ciclo, ela só queria essa certeza: a de continuar. E só tinha esse plano: viver.
Abaixo o enguiço dos neurônios
Abaixo o desperdício de hormônios
Prazeres já temos de menos
Produtos já temos demais...
Abaixo o desperdício de hormônios
Prazeres já temos de menos
Produtos já temos demais...
Vamos ficar, vamos fazer
Vocês e eu, eus e você
Vamos gozar, vamos viver
Vocês e eu, eus e você...
Vocês e eu, eus e você
Vamos gozar, vamos viver
Vocês e eu, eus e você...
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