Sabe o tempo tem sido cruel.
Eu gostava do meu vestido azul estilo marinheiro, daquela sainha de couro e do meu cabelo despenteado. Eu só tinha medo de lobisomem e da fivela do cinto, só isso. E agora? Eu não sou mais do tamanho do mundo, a tristeza não passa, mesmo se eu tomar banho e depois deitar quietinha, como você recomendava. Não passa.
Agora ser forte não é conseguir tirar o irmão caçula do chão, ser incrível não é mais girar o bambolê do pescoço aos pés. Ser valente é bem mais do que pular o muro alheio pra roubar carambolas. E agora? Não tem tia pra perguntar, brinquedo velho pra ganhar,santo anjo do senhor pra abençoar, não tem abraço nem remédio pra curar.
Que porra mãe, porque é que a gente tem que crescer?
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