passado...

Tentei tanto tempo agradar. Aconselhando, ouvindo, concordando, me anulando, concordando, ignorando ofensas. Quanto choro no banheiro, pra não incomodar. Tantos amores não tentados, pra não decepcionar, abrindo mão de tanta vida, quanta vida... Hoje estou mais livre, feliz não, nunca precisei de muito. Mas o sorriso que trago é verdadeiro, não preciso e não quero engolir o choro, disfarçar a dor. Abraço com carinho, evito quem me chateia, sorrio de um jeito ridículo, não me importo. Quebro coisas, quebro a cara. Continuo calada, falando pouco, escrevendo sempre, observando tudo. Ainda não me corrompi, não carrego ninguém e nem sou carregada. Trilho sozinha. Assumo as consequências. Estou em busca constante de libertação, errando, errando, tentando aprender, e ainda assim, errando. Não me esforço pra agradar mais, nem sou a mais querida do ambiente, sou encrencada, boca suja. Mas ilimitadamente eu mesma.
 Essa vidinha iluminada de boa moça não me interessa. Eu pago pra entrar, pago a minha bebida e se for preciso pago pra sair. Não preciso de um playboy otário pra me bancar e me fazer rainha por uma noite, eu já nasci rainha, meu bem.


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