Desesperadamente, ela sorri.
Não por estar feliz, mas porque está cansada de chorar,
e no fundo descobriu que não vale à pena.
Às vezes sua gargalhada de bruxa acorda os outros moradores
que não falam nada, apenas acendem as luzes assustados.
Ele temem.
Ele temem.
Pra enganar o sono, ela anda pelas ruas do bairro à noite
observando cada árvore, a cor de cada casa, e nem sente o frio.
Ela observa.
Ela observa.
Vez ou outra deixa uma lágrima cair,
mas passa logo as mãos, enxugando o medo.
Mente que é forte e decidida, uma rocha bruta
pra que não percebam o tamanho da sua dor.
E seu sorriso amaldiçoado é a única forma de extravasar,
de girar, de voar, assustar, libertar
de girar, de voar, assustar, libertar
porque ela já não acredita nas palavras, nem nas pessoas.
Ela somente acredita em si mesma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário