Sobre o amor e a liberdade


“Eu sou eu. Você é você.
Eu não estou neste mundo para satisfazer às suas expectativas.
Você não está neste mundo para satisfazer às minhas expectativas.
Eu faço as minhas coisas.
Você faz as suas.
E quando nos encontramos é muito bom.”
                                                     (Fritz Perls)





Não aceito esse amor. Que sufoca. Que invade.
Não aceito esse amor. Que não é divisão, é parte inteira. Amor que reivindica a liberdade do outro, que aprisiona as diferenças, que não permite características e personalidades distintas.
Que se sente dono, que sente necessidade de ser o outro, de viver o outro.
Amor que não vê limites, que não entende a fronteira entre o eu e o você.
Amor que acha natural agredir, invadir a vida do outro, estipular normas, regras, amigos, roupas, obrigações e gestos. Amor que mata e ainda se diz amor. Que naturaliza o grito, o aperto no braço, o puxão de cabelo. Amor que se faz valer pelo medo, pela ameaça. Que não pergunta, não compartilha, não escuta, não sensibiliza, só impõe. Sente-se dono, manda, julga ,cobra e cobra. Espera demais e doa de menos. Recrimina um desvio de olhar, de sentir, de estar, acha ciúme doentio uma prova. Não compartilha só espera.
Amor que anula dois indivíduos para se fazer um só.
Amor não é fusão, é respeito pela divisão.
Não somos um só. Somos duas pessoas. Duas individualidades. Duas personalidades.
Duas maneiras de ser. Isso é amor. Um sentimento mútuo.

Não se anule. Não se permita. Você não é propriedade de ninguém.
Não é parte. Não é Don@. Amor não é posse.
Respeite-se.
Liberte-se!

Nenhum comentário:

Postar um comentário