sobre o carnaval.

Estou muito triste, não sei os motivos, sei que são meus e me matam aos poucos.
Eu cansei de perder, cansei de apanhar, mas também não quero ganhar nem bater.
Sei que aos poucos vou matando o que de bom há em mim, preciso ser dura o bastante pra ser menos idiota, entende?
Talvez eu nem vá, sinto tanta saudade que posso ouvir em ecos meus batimentos cardíacos, tamanho o vazio. Mas existe em mim uma ira incontrolável, indomável e mesquinha que me faz ter medo de sair e reencontrar pessoas felizes. Caralho cheguei aos vinte e cinco tão infeliz! E esse sorriso besta e largo que carrego é só uma máscara, não me mostro. Escondida consigo viver. Você não sabe o quanto é difícil, tenho vivido dias de exaustão, quando o mundo não me agrada para onde devo ir? Eu ando pelas ruas e vejo tanta gente procurando saída, tanta gente correndo atrás dos seus sonhos, eu não, eu só quero ficar parada, paralisada, imóvel e invisível em qualquer lugar parecido com um inferno. Eu acreditei em amores, hoje acredito no ódio. Eu acreditei em amigos, hoje acredito em trapaças. Eu acreditei em prazeres, hoje acredito em autopunição. Eu acreditei hoje não acredito em mais nada.
Perdi tanto tempo, tanta gente, tanta luta que não quero mais conquistas, então eu me confundo me fantasio, me acabo e me anestesio pra vida doer menos. Eu sou a peça que não se encaixa, a moldura que não se enquadra, e sinto que qualquer lugar que eu vá e que exista eu estarei sobrando. Estou caindo como folha seca ao chão, e só espero uma tempestade bruta para me levar...